As correntes de ar são muito perigosas.
Provocam pneumonias ou simples constipações...às vezes até nem fazem nada.
Correntes de ar ajudam a secar a roupa e o chão molhado e a tirar o cheiro a tabaco de casa.
Mas correntes de ar, como tudo nesta vida também têm o outro lado. O pior. O desastre. O abismo. O pânico...O fim de tudo.
Primeiro o nariz pinga e um espirro ou outro incomoda os que estão ao nosso lado. Depois os olhos começam a arder, o corpo queixa-se e obriga-te a ir para cama. Não sentes o sabor de nada. Não há qualquer odor.
Não consegues fumar, não consegues beber, não consegues comer. Nem pensas em foder.
Aborrece-te ir à casa de banho porque está frio lá fora.
Dás por ti e estás nas urgências. Mandam-te para casa.
Tudo continua, nada melhora, nada cura.
Dás por ti na cama de hospital e a única fé que podes ter é n' "As Melhoras" que aqueles que por ti passam te desejam — com sinceridade ou não — mas há fé nisso e esperas ter alta um dia.
Se tiveres alta nunca mais abres as janelas de par em par e estás completamente fodido para a vida porque perdes uma brisa saudável com medo de ficares doentinho.
Egoísmo meu ou não, a verdade é que eu não me importo que assim seja.
Resolvermos isto agora, significa que nunca mais nos voltamos a encontrar. E eu sei qual é a sensação de estar ao teu lado... é boa de mais para a perder.
Por isso vou aproveitar toda a simplicidade que estes momentos têm, o sorriso que fica nos nossos disparates, o sorriso interior depois de uma conversa, o sorriso quando partilhas o teu mundo.
Não sei o que vá acontecer daqui para a frente, mas estes quatro meses foram quatro mil dias e ao mesmo temo 4 segundos.
Este é o sentimento do estado puro, do ser humano tal como ele é...sem medo de ser, sem medo de sentir, sem medo de dar.
Que eu fosse assim todos os dias. Desse eu isto a toda a gente.
Por algum motivo é assim.
Por qualquer motivo não é egoísmo...é amor.
Chocolate quente para a Chuva.
Cama para o Coração.
Música pra Consolar.
Dormir para não lembrar
o
desAmor.
Seja o que for a verdade, ela já deveria ter vindo. Já deveria ter batido à porta.
De todas as vezes que apareceu à janela nem se deixou ver.
Talvez me tenha esquecido de abrir a porta. Talvez eu não saiba abrir portas.
Mas sendo o que é, se fosse o que eu penso que poderia ser, ela, a verdade que eu suponho, estaria sentada ao meu lado neste momento.
A par da verdade está a minha suspeita.
Inicial.
Suspeita, desconfiança... Protecção, talvez.
Um dia hei de saber abrir portas, espero que sim! Que esta não seja a última vez. Porque se for...se eu não descobrir a verdade...então não há Esperança. Não há a possibilidade sequer.
Desistir é fácil. Isso sabemos todos é universal. É fácil mas não é bom, não sabe bem.
Hoje não desisti. Fui até ao fim. Se correu bem? Não. Mas fi-lo! E depois de o ter feito tive a sensação de dever cumprido.
Eu fiz a minha parte!
E de repente sentes-te sozinho no meio das pessoas?
É verdade?
Também te acontece?
É...
Por vezes as pessoas tornam-se desinteressantes porque não sabem falar de mais nada se não acerca das suas vidas...que a mim não me interessam muito. Quando eu só queria discutir ideias, opiniões sobre assuntos que realmente interessam, sobre o Tibete e a Coreia, sobre livros e política...sobre impossíveis, utopias ou o mundo real.
E de repento estou sozinha no meio das pessoas. O mundo podia ser apenas eu, as árvores e os animais...e um homem que partilhasse destas coisas comigo.
Adão e Eva foram felizes antes da maçã?
Era noite e o Verão aproximava-se. Não estava muito calor mas as luzes, a música e a cerveja puseram de lado os casacos.
Estávamos em Alfama e cheirava a sardinhas assadas.
Entre trocas de pares para "bailar" ao som do pimba e das brasileiradas encontrei alguém que não tinha idade para ser meu pai mas que de facto deveria ter mais 10 anos do que eu.
A música acabou e dois estranhos acabaram por trocar interesses, opiniões e pontos de vista. Conversa puxa conversa, essa pessoa cujo nome nunca irei recordar(acrescente-se cerveja em cada frase) cantou-me ao ouvido uma música que não poderia enquadrar-se melhor no momento e em tudo o que tínhamos ali discutido...uma lição de vida portanto.
Não irei esquecer o desconhecido de camisa branca. Não irei esquecer as palavras sábias que me deixou.
Hoje estive numa formação de voluntariado universitário. As expectativas não eram muitas, mas a minha mãe tem razão quando diz que "estamos sempre a apreender". É verdade...ainda não fiz o rescaldo positivo da formação porque ainda não me apeteceu pensar sobre isso.
Mas o que não me sai da cabeça é o facto de se querer transformar o voluntariado numa cadeira do curso e atribuir-lhe créditos. Ora quer dizer, vêm com a história de que voluntário é dar sem receber nada em troca, é um serviço de cidadania para o qual se deve ter compromisso e responsabilidade...e depois querem que se torne numa cadeira. Uiii que cadeirão!!! O dar sem receber tornar-se-à no toma lá e dá cá(a nota), o compromisso deixa de o ser apenas a nível pessoal para ser um compromisso da faculdade assim como a responsabilidade.
E cereja em cima do bolo, pergunto: E o altruísmo?
O que me move para ser voluntária é mesmo o altruísmo, o sentido de dar aos outros para me sentir bem!
O problema do voluntariado é confundi-lo com a execução de tarefas que poderiam ser desempenhadas e remuneradas.
Enfim...
querem fazer tanto que acabam por estragar tudo.
E isto não é apenas uma opinião ou um desabafo
Agora que volto a mim, depois de ter estado em outro lugar que não eu, reparo que não eram sonhos de adolescente nem ambições de criança!
Para voltar a mim precisava de encontrar-me nos outros. Não ser os outros. Mas encontrar os sinais nas palavras professadas, encontrar a minha força no espelho que são os amigos, os conhecidos, os desconhecidos e os não-amigos.
Agora que o sol voltou, só preciso de sal.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
. Egoísmo
. ...
. Desistir
. ...
. sol
. ...