Sal&Sol

Não arrasada. Hoje, angustiada.
Uma boa lição que a vida me deu\está a dar.
Era a minha melhor amiga que estava a ser enganada. Toda a gente sabia. Ela não queria saber. Mentia a si própria, dizendo que só acreditava quando visse. Viu. E continua como estava...a ser enganada, talvez.
E eu era a maior crítica.
Hoje, estou quase no lugar dela...e não consigo fazer nada, como ela.

E acabo de contar uma parte da minha vida, assim, aqui, para tudo, para todos. Esta não sou eu. Mas estou angustiada. Desculpa Catarina que não gosta que saibam da tua vida. Aii, aii

Um dia digo-te que não para sempre.
Um dia mentalizo-me com confiança de que és a mentira em pessoa.

Mas o problema é que
"Você não vale nada mas eu gosto de você"

Estou arrasada.
E nem sequer pelas letras maiúsculas, nem pelas minúsculas, não pelas letras ponto.
Pela saudade que lá vai? Também não. Aprendi a substituir pessoas. É bem mais fácil do que sofrer, embora pouco ético...pouco leal.
Não me importo.
Tenho de ser egoísta ao invés de me torturar com infinitas lágrimas de ausência.
E desta vez não é a rotina que dá cabo de mim, como tanto temi. Agora a rotina parece não existir. O dia de amanhã é uma incerteza, e embora isso faça com que o meu coração tenha uma actividade atribulada, fico contente...e aliviada. Tenho medo de rotinas. Porque, embora pareça, Catarina não rima com rotina...ilusão meus caros.
Já que entrámos por esta porta...a rotina é uma ilusão, e reafirmo mil vezes e outras mil se quiseres. É mais fácil dizer que sofremos, do que enfrentar o Adamastor, não é verdade?
Hoje estou arrasada porque o meu corpo quis. Porque tenho de estar. Porque sou gaja. E porque isto passa. Também porque às vezes preciso de parar um bocadinho.
Mais nada.

Odeio fazer este tipo de projectos. Como este que imaginei repentinamente hoje de manhã, e que vou contar.
Quero ter filhos, é certo. Não sei se os vou ter. Muito menos sei se encontrarei um pai para os meus filhos. Mas quero. Assim como a adopção é outro dos desejos.
Algumas amigas minhas falavam com brilho na adopção de um bebé chinês. Coisa que a mim não me dizia nada. Não fazia muito sentido na minha cabeça...embora achasse piada. Mas para mim não
Mas hoje...
Hoje.
Fiquei completamente rendida aos encantos da beleza oriental.
Acho que não me vou calar com isto nos proximos tempos.
Quer uma bebé daquelas :)

Campainha: TRRRIM

-Quem é?
-Eu.
-És tu?
-Sim.
-Sobe.

Truz truz.
Nem beijo nem abraço. Nada.

-Como estás desde à bocado. Vieste...
-Disse que vinha.
-E vieste para?
-Talvez não estejas atrasado.
-Precisas muito de mim?
-Sim.
-Eu preciso de ti.
-Ainda faltam muitos anos para dar vida ao tal acordo.
-Tu antes não gostavas de coisas planeadas(...)

Nunca pensei que isto voltasse a acontecer. Nunca pensei voltar a ser capaz de reparar nos pormenores dos teus olhos a 10 metros de distância. Nunca pensei que com 17 anos, quase 6 anos depois, o coração ainda batesse.
Prefiro não dar título a isto.Porque hoje, e agora, não me importo. Até me apetece.
Embora o que me apeteça seja mesmo voltar alguns anos atrás e viver um pouco mais desta história com a intensidade infinita do início da adolescência...quando o amor era novidade.

Com 14 anos tem piada andar na escola com o teu casaco, tem piada que troquemos de mochila, tem piada ser levada ao portão da escola, tem piada ficar na escola depois das aulas só para passarmos uma boa tarde, tem piada estarmos chateados e fazer as pazes na Visita de Estudo...e há tantas outras coisas que nunca fiz que gostava de fazer.

Nunca pensei querer voltar a essa etapa da minha vida que sempre quis passar a correr.
Todos os dias somos surpreendidos...muitas vezes pelas nossas emoções.
O reaparecimento das pessoas na nossa vida faz disto: somos levados a sentir através de pensamentos que surgem porque os olhos vêem(é o tal ditado,"olhos que não vêem, coração que não sente).